No post anterior, eu contei que minha filha entrou para uma escola montessoriana aos oito meses e que o quartinho dela também foi criado a partir dessa concepção. Por isso, algumas pessoas me perguntaram: Mas, afinal, Método Montessori é um tipo de educação? É uma escola? É um estilo de decoração? O método, criado em 1907 pela médica e educadora italiana Maria Montessori, é um pouco de tudo isso, mas vai além…No post de hoje, confira aspectos fundamentais para entender melhor como o método montessoriano funciona!
Com a enorme repercussão que os posts sobre ambiente montessoriano tiveram no blog, percebi que as famílias têm um real interesse em saber mais sobre esse método que eu sou tão fã. E é por isso que, antes de partirmos para a construção do ambiente montessoriano em si, hoje vamos conversar sobre aspectos fundamentais para entender melhor como o método funciona.
Acredite: pouco vale matricular o filho em uma escola montessoriana ou trocar o berço pelo colchão no chão se a família não entende e não pratica a filosofia montessori em casa.
O que acho realmente incrível nesse método é que ele não se limita aos portões da escola. Montessori compreende uma filosofia de educação que vai além da sala de aula e, para isso, toda a família deve participar do processo.
As bases do método montessori
Partindo de um ambiente preparado sob a perspectiva da criança, o método busca estimular a autonomia, a liberdade e a autodescoberta. Essa é a explicação padrão, que a maioria já conhece.
Mas o método é muito mais do que isso: é uma forma de apresentar o mundo aos nossos pequenos, é prática, é vida, é respeito, é educação para a vida, é dia-a-dia, é conteúdo que vai muito além da forma… É design com afeto!
RESPEITO
Uma das principais características da filosofia montessoriana é o profundo respeito pela criança. Vocês já notaram que o príncipe William e sua esposa Kate frequentemente se agacham para falar com o filho George? Por que isso ocorre?
Até o ex-presidente americano adotou a prática ao falar com o pequeno:
Como comentei no post anterior, George estuda em uma escola montessoriana e essa prática adotada pela família se chama “escuta ativa”, um jeito respeitoso de tratar as crianças, de forma que se sintam realmente ouvidas.
A criança se encontra em um mundo sensorial e perceptivo diferente do nosso. A prova mais evidente de que a estamos escutando é o contato visual. Ao nos colocarmos na altura dos seus olhos, demonstramos que desejamos ver o mundo sob a sua perspectiva e fortalecemos os vínculos afetivos. Isso se chama empatia e transmite segurança, calma e serenidade.
É ainda mais interessante perceber o aspecto emocional desta comunicação: escutar é buscar entender o que a criança sente, não só o que diz.
Valorização da vida prática
Entendendo essa postura respeitosa em relação à criança, fica mais fácil compreender que o método vai muito além da teoria, Montessori é prática aplicada ao dia-a-dia.
Por isso, o método valoriza muito as atividades de vida prática, que visam auxiliar o desenvolvimento do controle motor e das habilidades necessárias para o desempenho autônomo as atividades rotineiras.
Trata-se de envolver a criança em um trabalho significativo e, assim, permitir que o seu potencial brilhe de forma autêntica e cresça no seu próprio ritmo.
Nós, brasileiros, temos uma forte tendência de superproteger as crianças.
O que você faria se visse uma criança com cerca de um ano puxando sozinha uma mochila de rodinhas?
Lembro que, no primeiro dia em que passei a frequentar uma escola montessoriana, minha primeira reação foi correr para tentar ajudá-la… Foi aí que me explicaram o grande “pulo do gato” para entender a Filosofia Montessori e meu entendimento sobre o método mudou totalmente…
Olhe para elas- disse a coordenadora- qual a expressão dessas crianças? É de sofrimento ou é de satisfação?
Pronto! Foi aí que “deu o click!”: Aquelas crianças estavam felizes e orgulhosas por estarem conseguindo desempenhar aquela tarefa sozinhas.
Autonomia e autoestima
No livro Maria Montessori: Her Life and Work, E.M. Standing inicia sua explicação sobre o trabalho da criança dizendo que o objetivo de seus esforços é interno, diferente do que ocorre com o adulto.
O mais importante para o adulto é o objetivo final. A criança deseja exercitar-se, aprender, viver a experiência e sentí-la de todas as maneiras.
A experiência da criança precisa ser respeitada, havendo a menor quantidade possível de interferências adultas e respeito pelo tempo necessário a cada uma para desenvolver e repetir uma atividade quantas vezes quiser. A sensação de autonomia favorece a sua autoestima, o que é fundamental para o seu desenvolvimento.
O Método Montessori tem como pressuposto a liberdade. No entanto, para que esta liberdade seja proveitosa, o ambiente deve ser preparado. “O primeiro objetivo do ambiente preparado é tornar a criança independente do adulto”, diz Standing.
E é sobre isso que falaremos no próximo post sobre o Método Montessori: como preparar um ambiente montessoriano em casa. Fiquem comigo e confiram!
Me aprofundo sobre esses princípios no curso Montessori em Casa: do zero aos três anos. Também apresento o passo a passo para todas as aquisições de independência do bebê. Conheça: https://priscilaguerreiro.com/curso-montessori
Esse é meu curso mais completo sobre a filosofia de educação Montessori para que você saiba preparar o quarto, a casa, e se preparar para apoiar o pleno desenvolvimento do seu filho.
Um beeijo!
Priscila
Fontes: Lar montessori El País
Adorei o post!
Muito simpático seu Blog.Cai aqui pois estou com uma cliente que quer fazer um quarto montessoriano para seu filho.Adorei as dicas. Parabéns Priscila!!!
Obrigado pelas informações, me ajudou muito! Parabéns pelo seu trabalho…
Obrigada, Jailson! Fico feliz que tenha gostado! 🙂 Gde abraço! Pri
Maravilhoso. Sempre achei legal o incentivo a autonomia e independência, faço isso junto às funcionários da empresa que trabalho e o resultado é ótimo . Tento fazer o mesmo com meus pequenos e conhecer esta filosofia só vai me enriquecer